Na minha abordagem de atendimento, entendemos que a ansiedade surge quando ficamos “entre” o que é o agora e o que imaginamos que pode acontecer, interrompendo o contato o momento presente. É como se a ansiedade fosse uma mensageira que tenta comunicar algo que precisa ser mudado, compreendido ou ressignificado. O trabalho terapêutico ajuda a pessoa a reconhecer estas necessidades no aqui-agora, retomando contato com o corpo, a respiração e as experiências relacionadas a esta ansiedade que está vivenciando. Estando mais consciente de si e das suas necessidades, a pessoa consegue desenvolver recursos para lidar com a ansiedade de forma mais leve e saudável.

O luto é um um processo natural de reorganização após uma perda. Porém, existem experiências em que há uma dificuldade maior para esta reorganização, gerando uma necessidade de suporte externo. A terapia oferece este suporte de uma forma segura para que a pessoa possa sentir, expressar e dar sentido ao que vive, no seu próprio ritmo, sem apressar o processo ou julgar a expressão da dor. Com presença e acolhimento, o trabalho se apoia na integração da perda e não no fortalecimento do suporte interno para que seja possível atravessar o processo sem se perder de si.

A depressão é vista como um estado em que a pessoa se encontra desconectada de si mesma e do mundo, ficando com dificuldade de acessar energia, desejo e movimento. O trabalho terapêutico busca auxiliar a pessoa a reconhecer suas emoções, por vezes abafadas, seu ritmo e necessidade, criando um espaço seguro para que possa se expressar e se reconectar consigo. Eu, enquanto terapeuta, me coloco como suporte para que a pessoa consiga se fortalecer e construir seu autossuporte.

Os relacionamentos são espaços de encontro, onde afetamos e somos afetados, nos construímos e nos transformamos através do contato com o outro . Quando há conflitos, distâncias ou padrões negativos que se repetem, a terapia ajuda a pessoa a perceber como se posiciona nas relações, quais necessidades estão presentes. Ao se perceber, com apoio da terapia, é possível construir relações mais saudáveis e respeitosos, que sejam fonte de nutrição e não de adoecimento.

Autoestima se relaciona com a visão que temos sobre nós mesmas, a capacidade de reconhecer quem somos, nossas potencialidades, limites e necessidades de forma autêntica. Quando essa percepção é distorcida, a autoestima fica enfraquecida e podemos acabar duvidar de nós mesmas, nos comparando excessivamente ou até mesmo nos permitindo estar em relações que nos fazem mal. Na terapia, o foco é fortalecer a presença e a consciência de si mesma, ajudando a pessoa a perceber suas qualidades, lidar melhor com as falhas e construir uma relação mais gentil consigo mesma.

Assim como a ansiedade e a depressão, os outros sofrimentos mentais (diagnosticados ou não) são entendidos como sinais de que algo no nosso modo de viver, sentir ou se relacionar precisa de cuidado. A terapia oferece um espaço seguro para reconhecer emoções, perceber necessidades e compreender como a pessoa está organizando sua vida e o que pode ser mudado. Com presença, apoio e consciência do aqui-agora, o processo terapêutico ajuda a transformar o sofrimento em clareza, movimento e novas possibilidades de estar no mundo.